quarta-feira, 24 de maio de 2017

JUVENAL LAMARTINE



Juvenal Lamartine de Faria nasceu em 9 de agosto de 1874, em Serra Negra do Norte, filho de Clementino Medeiros de Faria e Paulina Monteiro. Aos 17 anos foi Para Natal estudar no Atheneu, onde fundou o ''Grêmio Literário Natalense'' e o periódico ''O Athleta''. É reconhecido como fundador da primeira sociedade estudantil estadual, nascida no regime republicano e líder da primeira greve estudantil do RN. Em 1894, com o fechamento do Atheneu, Juvenal Lamartine foi para o Liceu da Paraíba, em João Pessoa, para concluir o curso secundário. Depois, cursou Direito em Recife, PE, e na mesma época, escrevia artigos para jornais do RN.

Na sua trajetória de vida, foi professor de Geografia e Vice-Diretor do Atheneu (1898), Juiz de Direito (1893-1903), Vice-Governador do Estado (1904-1906), Deputado Federal (1906), Senador da República (1927) e Governador do RN (1928-1930).

Juvenal Lamartine de Faria governou o Rio Grande do Norte por dois anos e nove meses. Foi deposto pela revolução de 30. Apesar de amigo de Getúlio Vargas, apoiou a candidatura de Júlio Prestes e foi destituído após a vitória da revolução comandada por Vargas, que depôs todos os governadores eleitos na época, inclusive os revolucionários. Exilou-se na Europa, retornando ao Estado já no governo de Rafael Fernandes.

Filho de tradicional família seridoense, Juvenal Lamartine era juiz de Direito em Acari, até ingressar na vida pública, o que fez com sucesso. Foi deputado federal, vice governador, senador da República e governador. Foi quem dotou o Estado de uma moderna infra-estrutura, representada por estradas, pontes, escolas, campos de pouso no interior. Criou o Aero Clube, a escola de pilotagem e o estádio de futebol que hoje tem seu nome, no Tirol. Manteve na prefeitura de Natal o engenheiro Omar O'grady, que executou o plano de urbanização da capital, elaborado pelo arquiteto italiano Giácomo Palumbo.

Intelectual, o governador deu o maior apoio às letras e às artes. Mantinha estreitas relações com os escritores e jornalistas da época. Homem austero, não admitia contestação à autoridade constituída. Por isso, os adversários passaram a chamá-lo de truculento. Ele era um homem cioso de seus deveres e das suas obrigações. Acabou com o banditismo no Rio Grande do Norte, o que, naquele tempo, era o flagelo do sertão.

O cangaceirismo, na época, era uma espécie de epidemia, dizimando vidas e aterrorizando famílias no interior do Estado, com a finalidade de saquear, roubar e matar, atendendo a caprichos políticos ou por vingança familiar. No governo de Juvenal Lamartine, os cangaceiros foram banidos do Rio Grande do Norte.

Em 1918, como deputado federal, participou da elaboração do Código Civil, tendo subsidiado o parecer de Clóvis Beviláqua, do qual resultou sua aprovação. Homem de cultura humanista, era também cultor do Direito, respeitado por seus pares no Congresso Nacional, tanto na Câmara como no Senado.

Foi um dos fundadores da UDN em 1945, no Rio Grande do Norte, ao lado de José Augusto, Dinarte Mariz e outros. No acordo da UDN (União Democrática Nacional) com o PSP (Partido Social Progressista), saiu candidato ao Senado, mas foi derrotado por João Câmara. Para o governo, elegeu-se José Varela, que disputara o pleito com Floriano Cavalcanti, em 1947.

O acordo com Café Filho (PSP) não foi bem visto por seus amigos e até familiares. Juvenal Lamartine disputou, então, seu último mandato na política do Rio Grande do Norte. Foi o primeiro acordo político entre adversários e até inimigos pessoais. Hoje é nome do estádio que construiu - o “Juvenal Lamartine” – e do Centro de Estudos e Pesquisas da Fundação “José Augusto”, uma homenagem prestada pelo governador Aluízio Alves, amigo e admirador de Lamartine, um homem identificado com sua terra e seu povo.

No campo político, uma das maiores vitórias de Lamartine foi a consagração do voto feminino em 1927, direito que o Código Eleitoral Brasileiro só reconheceria em 1932.Durante o seu curto período de governo, foi eleita em Lages a primeira prefeita da América Latina, Alzira Soriano, em 1928. Era o coroamento da luta de Lamartine pela emancipação feminina. Juvenal Lamartine construiu 416 quilômetros de estradas e pontes, desbravando o sertão e interligando-o com a capital. Seguiu a política de valorização do algodão que herdou do seu antecessor, dando maior destaque à política de incentivos fiscais, como por exemplo a redução do imposto de exportação para o caroço, o farelo e o óleo, derivados do algodão.
  
Sua última atividade foi a presidência da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, que se transformou no refúgio do velho líder comprometido com a valorização da cultura do Rio Grande do Norte.

Juvenal Lamartine nasceu em Serra Negra, em 09/08/1874, e faleceu em Natal, em 18/06/1956.
FONTE - BLOG ENCANTOS DO SERIDÓ

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